Minha escrita estava contida até hoje. Uma dificuldade enorme para escrever. Falta de assunto não era, talvez até excesso de pensamentos, sentimentos, inquietações querendo se expressar. Parecia que o rio, que fica por baixo daquele rio grande*, havia enchido nas cabeceiras e tentava chegar à superfície, só não encontrava por onde.
Hoje chegou o frio e, com ele vamos nos agasalhando e, para mim, traz minha rinite de volta.
Fotos: caderno (fonte: arquivo pessoal); mulher cavando (fonte: Unsplash)
Também peguei minha ferramenta de jardinagem de cavar buraquinhos e tirar matinhos—mas não quero arrancar nada, quero abrir um respiro para que a “água” subterrânea venha para a superfície.
Parece que tudo deu certo. Parece.
Minha rinite se manifestou em uma coriza, mas as palavras também começaram a sair. Assim como o meu sintoma físico, de uma forma um pouco indesejada porque sem estrutura, organização, ordem.
Depois de tanta contenção, dá para não ser uma “sopa de palavras”? E, com um friozinho, uma sopa aquece o corpo e a alma, não?
Foto: sopa de macarrão (Peter Dazeley, fonte: Getty Images)
Eu tinha medo de que, quando as palavras voltassem, fosse esta bagunça!
E, ainda por cima, uma borboleta passou voando erraticamente pelo meio dos galhos altos da minha jabuticabeira, chamando minha atenção!
E tinha que ser assim, um gêiser de palavras, ou ficariam lá dentro, me desorganizando internamente e inquietando externamente.
22.iv.2021
É melhor que seja assim do que não ser. E é isso.
* texto “Foi um rio que passou em minha vida, lárálá ...” aqui neste Blog, na categoria Primeiro semestre de 2021
Boa tarde !
Adorei seu blog, parece que me indenfiquei com a bióloga; adoro plantas, hortas e tudo que o aroma da terra molhada distribui, (não sei se não tive coragem para enfrentar, ou não cuidei de mim pessoalmente e fui cuidar de tudo e todos). Aí hoje tento me livrar de sonhar com o que não está a meu alcance.
Obrigado ❤