Conforme o Dia Internacional da Mulher se aproxima, percebo que tenho observado um pouco mais alguns homens que conheço.
Tem um que cada vez que sabe da conquista de uma mulher próxima, ele reage com surpresa ao fato: “nossa, Fulana entrou na Pós-graduação, foi?”; “olha, Siclana consegue resolver esse cubo mágico! Eu já tentei por anos e nunca consegui!”
Conheço vários outros que são muito bem resolvidos, participam muito dos serviços domésticos, só não sei por que suas companheiras parecem sempre mais cansadas do que eles! São tão legais que, às vezes, em grupo, até pedem para que elas compartilhem algum defeito que possam ter: “pode perguntar para a Ida, eu já fui muito folgado, mas agora melhorei muito! A Ida é controladora, fica tentando me micro-gerenciar, mas eu não escuto e assim seguimos muito bem”.
Ah, me lembrei de um jovem, bastante participativo nos cuidados da casa, mas não fala disso com os amigos, nem incentiva nenhum a mudar nesse sentido, até ao contrário, no churrasco, faz questão de afirmar que não ajuda muito em casa, Betinha até reclama ...
Por isso, todo ano, ao nos aproximarmos do dia 8 de março, não me pergunto apenas o quanto ainda teremos de lutar para conquistar um espaço igualitário ao dos homens, mas qual o peso que essa condição masculina, tóxica e opressora, tem sobre a vida dos próprios homens? Vejo que eles também estão nesse redemoinho de emoções, visões ultrapassadas e alienantes. Como caminharmos para um mundo mais justo se homens e mulheres não se reconhecerem parceiros, se não puderem se olhar nos olhos, à mesma altura?
Já é mais do que hora para que um pinto deixe de pesar mais que o coração!
Mas agora preciso parar de escrever. Ouço a chave virando na fechadura. Vou colocar meus chinelinhos silenciosos ...
- 06.iii.2021, continuando o esquenta do dia 8.
- P.S.: se não entendeu a última frase do texto, leia o post anterior ...
Fotos: Macaulay Culkin (fonte: divulgação Widelg); pintinho (fonte: Unsplash, by Designer VN)