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  • Vera Cristina

#dia 10 - Nenhuma certeza

Naquela época, na faculdade, tínhamos aula de Educação Física. E precisávamos ser aprovados nela. Eu, que nunca consegui me interessar por atividades esportivas, por total falta de coordenação motora, precisava escolher; vôlei, futebol, yoga, natação, handebol ... A escolha fácil seria yoga, eu tranquilona, de boas, “suave na nave” ... Não! Já que teria que cursar, que fosse algo “aproveitável” para mim, decidi, naquela época! E lá fui eu aprender a nadar ... Além do problema da falta de coordenação motora, havia a questão de lidar com a falta de um substrato sólido onde pudesse apoiar meus pés, a qualquer momento – vulgo, fundo da piscina! Claro que meus 157 cm de altura não ajudavam. Além disso, a piscina onde aprendíamos era um enorme hexágono. Quem, em são consciência, planeja e constrói uma piscina hexagonal? Passei todo o tempo das aulas nadando ao longo das bordas. E, assim, o tempo passou. Ao final, uma colega se solidarizou comigo e me propôs atravessarmos a piscina juntas —ela iria ao meu lado, me acompanhando na travessia. Assim foi, e venci, com todas as limitações da minha conquista, aquele desafio —atravessar o medo, sem ter a segurança do chão onde me apoiar. E continuo a fazer isso na vida, às vezes com companhia ao meu lado, às vezes sozinha. Só preciso saber que, mais um pouco, tem uma borda onde me agarrar. Mesmo que seja uma borda idealizada, na minha mente. Quem sabe quando, eu nade sozinha, me deleitando com o momento, sem me preocupar com possíveis bordas, companhias ou conquistas? E lembro que #julhoquevou também é nadar em oceano aberto!



Piscina CEPEUSP, foto Marcos Santos


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